A hora é de paz

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[avatar user=”serrao14″ size=”thumbnail” align=”left” /]O espírito natalício invade-nos e concede-nos uma pausa nas agruras do dia a dia.
Nele sublimamos as dores de um ano e as angústias do devir.

Nele somos impelidos a regressar às nossas raízes e a reviver aqueles momentos de ansiedade, quiçá angustiante, da chegada dos presentes, que num primeiro momento era uma dádiva do Pai Natal e que a pouco e pouco se perde na descoberta – à data heróica e sinal de “grande maturidade”, para mais se antecipada aos nossos colegas e amigos – de que, afinal, era uma fantasia, talvez a mais bela que soubemos criar, um pouco para as crianças e outro tanto para alimentarmos a criança em nós.

Por isso, não é tempo de falar das nossas questiúnculas caseiras, deixando os caos BES e José Sócrates para outras núpcias. Como não é tempo de discutir o voyeurismo de Teresa Leal Costa na audição ao indigitado Coordenador dos Serviços de Inteligência, nem tão pouco discutir a oportunidade da privatização da TAP e das coerências e incoerências dos senhores da política, que ora defendem uma coisa e depois o seu contrário consoante se é governo ou oposição.

A hora é de paz, de recolhimento e de elevação dos espíritos neste solstício de inverno onde a luz é ténue e a noite é longa.

A hora é de introspecção e de busca interna, reganhando energias e focando-nos no que nos une como cidadãos e como portugueses.

O novo ano será intenso e talvez decisivo no que tange aos próximos anos da nossa vida colectiva, tão carenciada de ideias e de rumos galvanizadores que despertem os valores adormecidos e nos alimentem as vontades e as nossas convicções.

Quero aproveitar esta coluna para desejar aos meus leitores e suas famílias um feliz Natal e umas festas plenas de harmonia e tranquilidade, agradecendo a bondade das críticas, as sugestões e os comentários.