A visita do Papa a Portugal na Jornada Mundial da Juventude é um acontecimento de significância não apenas religiosa, mas também política, económica e social.
Antes da chegada do Papa, a nação portuguesa envolve-se num complexo processo de preparação. Desde a infra-estrutura necessária até à organização logística, os esforços para receber os peregrinos e garantir a segurança são inúmeros, assim como a oportunidade de todo e qualquer um aparecer num jornal de região ou na TV no telejornal nacional.
Este período de preparação é também marcado por uma antecipação palpável, alimentada pela expectativa de um impacto positivo na economia local e nacional. Mas, ainda assim, uns ficam com a caixa registadora cheia e outros vazia.
Daqui, da janela, consigo ver melhorias de infra-estruturas para albergar peregrinos, que nunca cá estiveram. Consigo também verificar melhorias em imóveis para receber os peregrinos, que também nunca chegaram.
O impacto económico antes da visita papal: na construção e renovação de infra-estruturas, como estradas, pontes e alojamentos; estes impulsionam a indústria da construção e o sector imobiliário. O investimento na modernização de espaços públicos e na melhoria das ligações de transporte tem efeitos duradouros para a comunidade local. E também para indivíduos particulares. Mas quando fui ver o pôr-do-sol ao Ginjal, os cacilheiros continuam iguais. Há 35 anos ainda eram estes e a ferrugem torna-se marca de Cacilhas.
Além disso, a expectativa de uma afluência maciça de peregrinos impulsiona a indústria do turismo religioso e a hotelaria. Hotéis, pousadas e alojamentos locais vêem-se beneficiados com a procura crescente, resultando em aumento da ocupação hoteleira e, consequentemente, uma injecção de receita na economia local.
Alguns até alugaram os próprios quartos para um maior nível de rentabilidade. Ou o sofá da sala, ou a casa da sogra, que alberga mais pessoas.
O tratamento dos peregrinos antes da visita papal: consiste na preparação para receber os peregrinos, que não se limita à infra-estrutura. Programas de acolhimento, voluntariado e actividades prévias à visita são organizados para criar uma experiência rica e inclusiva.
Até a comunidade local participa activamente, promovendo uma sensação de pertença e hospitalidade, que são valores centrais do evento.
Algumas associações estiveram no cuidado e alerta na violência no namoro, nas violações e na violência doméstica, tudo formas de agredir o outro e provavelmente lhe deixar marcas para toda a vida. Os furtos diários e a dificuldade em ter acesso ao alimento, algumas coisas do outro lado do respeito pelo próximo.
Após a partida do Papa é crucial avaliar o verdadeiro impacto económico e social da visita. Os benefícios tangíveis e intangíveis desta experiência são muitas vezes duradouros e podem influenciar a dinâmica social e económica de uma região.
Importante avaliar se as expectativas económicas foram atingidas.
A análise de indicadores como o crescimento económico local, aumento do emprego, receitas turísticas e investimentos relacionados à infra-estrutura proporciona uma visão mais precisa do impacto real da visita na economia.
O legado social pós-visita papal: além do impacto económico, esta visita deixa um legado social significativo. A colaboração entre os diversos sectores da sociedade – Governo, Igreja, comunidade local e voluntariado – pode estabelecer um modelo de cooperação que transcende o evento em si.
A solidariedade, a união e a partilha de valores podem perdurar, influenciando positivamente a coesão social. Esta perspectiva do Papa ressalta a importância da política centrada nas pessoas, onde as políticas públicas são moldadas com uma consciência clara das necessidades e aspirações de todos os cidadãos.
Se todos são capazes de buscar a santidade em qualquer contexto, a política deve garantir que oportunidades e recursos estejam disponíveis para todos, permitindo que cada indivíduo alcance o seu potencial máximo.
Ao incorporar este ensinamento papal na política portuguesa, a nação pode aspirar a um sistema em que cada cidadão seja tratado com dignidade e respeito, independentemente do seu estatuto.
A visão do Papa de santidade universal pode servir como uma bússola moral para a formulação de políticas que promovam a inclusão, a equidade e o bem-estar de todos os cidadãos de Portugal.
Se o Natal é quando um homem quiser, os efeitos de ter recebido Sua Santidade o Papa também deveriam deixar mais pessoas em paz. ■