O socialismo e as férias grandes

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A notícia, que até pareceria inventada para que um ficcionista pudesse gozá-la e glosá-la, é afinal verdadeira: na sua ânsia de popularucho (ele que acusa outros de “populismo”), o PS também queria dar ao povo mais dias de férias. A justificação, de rir à gargalhada, foi dada por um deputado socialista chamado Rui Riso: as férias aumentadas são precisas “para reforço dos laços dos trabalhadores com familiares e grupos mais vastos em que se integrem, gerando sentimento de pertença à família, à comunidade e tudo o resto”. Paradoxalmente, Riso conseguiu dizer tudo isto sem rir.

Que as divertidas deputadas Joana Mortágua e Isabel Pires (do BE), os impagáveis Rita Rato e José Luís Ferreira (do PCP e do PEV) ou o pândego André Silva (do não menos pândego PAN) fossem ao Parlamento reclamar esse sacrossanto “direito constitucional” ao ‘dolce fare niente’, acusando a tenebrosa Direita de ter “destruído” dias de férias no calendário só para “atacar os trabalhadores”, ainda vá que não vá. Já se percebeu que, no circo em que a “maioria de esquerda” se transformou, vale toda a sorte de acrobacia e salto mortal – e ainda dias antes a ‘troupe’ PEV/PAN tinha proposto (por mero desfastio e sem qualquer esperança de aprovação) que o Carnaval fosse declarado “feriado nacional obrigatório”.

Agora que o PS, ansioso por fazer também o seu número de contorcionismo, “concorde com o princípio”, já é circo a mais, pois junta ao delírio do palhaço pobre a estultícia do palhaço rico. O que a extrema-esquerda pretende (e os socialistas acham bem) é “desmantelar” as chamadas “majorações” de descanso anual em vigor e dar mais seis dias de férias ao pessoal, tudo completado com mais um dia por cada dez anos de trabalho prestado. Porque não? Vamos mas é todos de férias o ano inteiro, e o último a sair apaga a luz!

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