Os portugueses estão cada vez mais esmagados por impostos. Em 2017, o Governo da geringonça aumentou efectivamente a carga fiscal, que ficou em 37 % da riqueza produzida – a mais alta das últimas duas décadas. António Costa tenta passar a mensagem errónea de que tal se ficou a dever ao aumento do crescimento da economia, mas esta manobra primária de ‘spin’ volta-se, como um ‘boomerang’, contra um Executivo que não quer assumir a responsabilidade do aumento da carga fiscal. Até por ter andado a prometer aos portugueses que iriam pagar menos impostos.
Contas feitas pelo INE, os 37% de carga fiscal de 2017 comparam com os 36,6 % de 2016 e apenas querem dizer uma coisa: os portugueses viram uma fatia maior da riqueza por si produzida ser arrebanhada pelo Estado.
O Executivo tem tentado disfarçar a subida da carga fiscal optando por sobrecarregar os impostos indirectos, por serem aqueles que mais dificilmente são entendidos pelos portugueses.
De frisar que os impostos indirectos afectam todos por igual, e não se vêem. Quem paga impostos sobre os produtos petrolíferos, como a gasolina – e Costa decidiu aumentá-los mal chegou ao Governo – é todo o consumidor, independentemente do seu rendimento mensal. E a ideia de que os mais pobres não são onerados por não comprarem gasolina é um embuste, uma vez que todos os produtos são transportados, incorporando no seu preço final os aumentos da carga fiscal sobre os combustíveis.
O aumento da carga fiscal em 2017, um recorde dos últimos 22 anos, aconteceu num ano em que devido à política de cativações de Mário Centeno o investimento público foi muito baixo, e os serviços públicos viram a sua qualidade degradar-se a olhos vistos.
- Leia este artigo na íntegra na edição impressa desta semana.