Fórum para a Competitividade não acredita em défice de 1,6%

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Eva Cabral

O Fórum para a Competitividade considera “francamente optimista” a previsão de que Portugal conseguirá um défice de 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, depois de o valor do défice de 2016 ter sido atingido graças a medidas pontuais.

“O objectivo do défice de 2017 de 1,6% parece-me francamente optimista, com base no Orçamento do Estado de 2017 que foi apresentado. Recorde-se que relativamente a 2016, se não tivesse havido um conjunto de medidas adicionais durante o ano, o Orçamento inicial teria colocado o défice acima dos 3%”, lê-se na análise de Joaquim Miranda Sarmento sobre “Os riscos financeiros e económicos de Portugal em 2017”, que integra a Nota de Conjuntura do Fórum para a Competitividade, recentemente divulgada.

Entre as medidas extraordinárias referidas estão o programa de “perdão fiscal” lançado pelo Governo (PERES), corte de investimento e cativações, aumento de receita e corte na despesa, que em conjunto representam quase 2 mil milhões de euros.

O professor do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), da Universidade de Lisboa, diz que Portugal “parte para 2017 com um défice (sem medidas pontuais, que valeram no ano passado cerca de 0,5% do PIB), em torno dos 2,7%”, em vez do défice dos 2,1% do PIB em 2016 contabilizados oficialmente.

Além disso, afirma Joaquim Miranda Sarmento, as medidas tomadas pelo Governo “vão agravar o défice em 0,2 pontos percentuais, o que implica que o verdadeiro ponto de partida do défice ronda os 3%”.

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