Marcelo e Costa de relações chamuscadas

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A época de fogos que se avizinha está a deixar em brasa as relações entre o Presidente da República e o Primeiro-Ministro…

A ‘bomba’ foi lançada pelo Presidente da República ao dizer que equaciona a hipótese de não se recandidatar a um segundo mandato caso a crise de incêndios de 2017 se repita novamente este ano.

Não deixa de ser uma opção estranha para um Presidente da República que não tem poderes executivos, e que por isso mesmo acaba por se virar contra António Costa que, pelo contrário, mantém a ideia de que, face a um problema, um membro do Executivo não se deve demitir.

Entrou-se assim numa fase de verdadeiro jogo de sombras entre Presidente da República e chefe do Executivo. Há quem também lembre que o Presidente tem sempre nas mãos a bomba atómica da dissolução da Assembleia, e consequente queda do Governo – e se em 2018 o País voltasse a arder com o dramatismo de 2017 todos veriam com bons olhos que Marcelo jogasse esse trunfo.

Mas ao admitir a sua não recandidatura, Marcelo – sem nunca o dizer – põe também António Costa com a cabeça no cepo, isto numa altura em que vários problemas são visíveis, nomeadamente atrasos no aluguer de meios aéreos e na vinda de equipamentos para bombeiros e outras forças a serem envolvidas no combate, designadamente as oriundas das fileiras da GNR.

A tudo isto junta-se a demissão do Comandante Operacional Nacional do Comando Nacional de Operações e Socorros da ANPC, António Paixão, que estava no cargo há apenas cinco meses. Este pediu a sua “exoneração do cargo por motivos pessoais” mas os deputados já votaram a sua ida ao Parlamento (ainda sem data marcada) para este explicar as razões de fundo da sua decisão.

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