O facilitismo

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A sinistra acabou nestes três anos de liquidar os exames do 4° ano de escolaridade, a denominada 4ª Classe.

Tudo o que ponha em prática uma avaliação que defina competência e trabalho dos alunos é sempre objecto de recusa em nome da igualdade, patamar impossível de atingir por utópico, nivelando por baixo uma sociedade em que do sábio ao idiota vai um abismo.

Pertenço à geração que realizou exames da 4ª Classe do Ensino Primário, a habilitação máxima de milhões de Portugueses, os quais fizeram funcionar o País do Minho a Timor.

Poder-se-ia dizer que funcionou mal, o que é difícil de comprovar, salvo por uma sinistra utópica, sem argumentos pedagógicos, e a não ser os de natureza ideológica.

Criei em mim um claro sentido de responsabilidade, desde que entrei na escola, pois havia um objectivo que era a realização do exame, com vista à aprovação ou à distinção.

O exame era uma etapa da vida escolar, ainda que influenciasse o sistema nervoso de cada um com a sua aproximação ou no próprio dia da sua realização, com provas escritas e orais, perante assistência de familiares e amigos dentro da sala de aula e perante três membros do júri de exames.

Ali existia seriedade em todo o processo. A continuidade de estudos fazia-se também com exame de admissão aos Liceus e Escolas Industriais e Comerciais. A Abrilada, com a sua “democratização do ensino”, degenerou em massificação, suprimindo o que de melhor existiu em Portugal, isto é, os Liceus e as Escolas Técnicas, em nome duma pseudo-igualdade ideológica. Ainda hoje pagamos as consequências desastrosas da aniquilação daquelas instituições.

Tudo igual na designação de Escola do Básico, Escola do Secundário. O Liceu, de étimo grego, em que a nossa cultura se alicerça, foi sabotado para evitar diferenças, as tais que obstaculizam a ideologia da sinistra.

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