Eva Cabral

Tradicionalmente jovial e capaz de criar empatia mesmo com apoiantes e militantes de partidos ideologicamente muito diferentes do seu, o líder comunista parecia outro ao longo da última campanha eleitoral. Cansado e tristonho, era o presságio de um resultado desastroso para o PCP nas legislativas, que o deixou atrás do Bloco de Esquerda.

A redução do PCP à condição de mais pequeno dos maiores partidos no hemiciclo de S. Bento (com a perda imediata de uma das vice-presidências do Parlamento) deixou muitos dirigentes comunistas na dúvida: a “fórmula Jerónimo” não estará já esgotada?

O PCP tem apostado na renovação a nível da sua bancada parlamentar, tendo “afastado” nos anos mais recentes alguns dos militantes históricos – como Honório Novo, José Soeiro ou Agostinho Lopes – com o argumento de que se torna necessário dar caras novas e afastar a ideia de que o PCP deixou de ter capacidade para atrair jovens.

Das “velhas caras” restam hoje na bancada do PCP Jerónimo de Sousa, Francisco Lopes e, de certa forma, António Filipe, que era vice-presidente da Assembleia da República na sessão legislativa anterior – um cargo que dá prestígio, pois o seu titular tem direito a instalações próprias, carro com motorista e a notoriedade de poder substituir o presidente do Parlamento em sessões plenárias.

Os jovens na corrida

Para já, como potenciais concorrentes na sucessão de Jerónimo, aparecem os nomes de três “jovens turcos”: ‘quadros’ que, apesar da pouca idade, possuem já uma grande experiência política acumulada, tendo começado a militância na JCP e subido na hierarquia comunista.

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