JOÃO FILIPE PEREIRA
Longe vão os tempos dos memoráveis discursos políticos e das figuras políticas que moviam multidões. É verdade que também já não temos o MRPP que torturou Marcelino da Mata ou o Partido Comunista que viveu da ocupação de terrenos e fábricas que não lhes pertenciam. Os tempos são outros e as figuras políticas mudaram, assim como mudaram os tempos e as vontades. Mas tinham de ser todos assim tão maus?
Se António Costa for tão bom a defender os interesses dos portugueses como foi a defender os seus próprios interesses, então teremos líder (O que eu duvido!). O secretário-geral do Partido Socialista – cujo assalto ao Poder foi, até ver, bem sucedido – está rodeado de figuras que – do ponto de vista político e social – são do mais desinteressante que pode haver.
Ao que parece – segundo se comentou por estes dias até à exaustão – há uma ministra da Justiça cujos aspectos mais relevante são que nasceu nas terras portuguesas de Angola e tem pele preta. Um fenómeno tão interessante que até levou o diário “Público” a questionar: “De que cor é esta ministra?”
Mas há mais. Escreveu-se que Cavaco deu posse (eu diria: foi obrigado a!) a um primeiro-ministro de origem goesa, à tal ministra preta e, imagine-se, a um secretário de Estado que os “jornais de referência” atribuem a suprema das capacidades governativas: ser “filho e neto de ciganos”.
Neste rol de qualidades e atributos governativos de excelência, parece que descobriram que há ainda um secretário de Estado que é primo do Mourinho, uma secretária de Estado cega, outra que dá erros ortográficos ao escrever português e um ministro da Cultura que adora escrever contos eróticos em espanhol – nos intervalos de denúncias de corrupção em Angola.
Enquanto o debate vai no adro – entre os que rejubilam de felicidade por um governo “histórico” e os que condenam que em 2015 ainda se olhe para estes aspectos como relevantes – os matutinos lá fazem as delícias dos tontos. Por contar fica quem são e o que fizeram até hoje, afinal, estes seres que vão comandar a barca onde, seguramente, Gil Vicente colocaria todos os sapateiros, onzeneiros, frades e fidalgos desta vida.
Nós – tal como Joanaes, o tolo – ficamos a assistir serenos a mais um episódio desta novela e ao afastar das barcas.
Se me permitem, connosco poderá ficar o deputado socialista Tiago Barbosa Ribeiro. O deputado cujo grande atributo político parece ser o ter chamado “gangster” ao Presidente Aníbal Cavaco Silva.
O pobre deputado escreveu na semana passada na rede social Twitter o seguinte: “Passos: ‘Assumirei funções para as quais fui eleito’. Passos desfaz as dúvidas que o seu partido criou sobre a eleição para PM”. Obviamente não pude deixar de relembrar o senhor deputado que não há eleições para primeiro-ministro. A resposta que obtive demonstra o nível de argumentação do eleito: “É dizer isso aos deputados e dirigentes dos partidos da direita…” É que Tiago Barbosa Ribeiro parece que ainda não percebeu que Passos e Portas assumiram os lugares na Assembleia.
É atribuída ao historiador francês Dominique Venner uma frase que resume bem os problemas da nossa Nação: “Não há futuro para quem não sabe de onde vem, para quem não tem a memória de um passado que o fez aquilo que é”.