Agentes exigem saída de Cabrita

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“Tenha vergonha e demita-se ou, em sua honra, os cerca de 15 mil homens e mulheres da PSP e GNR vão parar o País”. É com estas palavras nada meigas que o Movimento Zero, a que pertencem mais de catorze mil agentes da autoridade, põe o Ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, entre a espada e a parede.

Cabrita sempre teve uma má relação com as forças policiais. O seu estilo arrogante, com o qual pretende ter sempre a última palavra, não é, obviamente, o mais indicado numa área da governação onde as carências e falhas do Estado são imensas e onde, por isso, se requer habilidade e capacidade de diálogo. As declarações do governante negando que haja “cada vez mais” polícias agredidos em serviço, proferidas há dias durante a inauguração do quartel dos Bombeiros Voluntários de Vialonga, foram a gota de água que fez transbordar o copo da paciência policial.

Num manifesto sobre as declarações de Cabrita, difundido esta semana, o Movimento Zero afirma que o governante “mentiu aos portugueses”. E compara o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2017 com o de 2018: enquanto o RASI de há dois anos registava “apenas” um óbito, quatro feridos com internamento e 265 feridos ligeiros em intervenções das Forças e Serviços de Segurança, já o Relatório do ano passado assinalava “seis feridos com internamento e 1.159 feridos ligeiros”. O aumento exponencial do número de feridos fala por si.

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