Aos 34 anos, André Ventura tornou-se o candidato mais polémico da campanha eleitoral autárquica ao defender pontos de vista que a esquerda considera “politicamente incorrectos”. A última declaração a fazer correr rios de tinta e pixels em abundância referia haver demasiada tolerância em Portugal relativamente a minorias que vivem quase exclusivamente de subsídios estatais e que se julgam acima das regras do Estado de Direito, identificando a etnia cigana como destinatária do comentário. A afirmação custou-lhe a perda do apoio do CDS-PP à sua candidatura à Câmara Municipal de Loures, a que concorre agora apenas com o apoio do PSD. André Ventura, porém, desvaloriza a polémica: “Sou contra a violência e não sou xenófobo, mas tenho as minhas opiniões e nenhum medo de as defender em voz alta”. A opinião pública, entretanto, parece dar-lhe razão: numa recente sondagem, 67,8% dos inquiridos afirmaram abertamente concordar com as suas declarações mais controversas…
- Quando se referiu aos ciganos, quis apenas fomentar uma polémica de campanha eleitoral ou está realmente preocupado com o problema?
As opiniões que defendo são as mesmas que sempre defendi, mesmo antes de sequer sonhar ser candidato a uma Câmara. E provo-o, apresentando os artigos publicados – a defesa da castração química para pedófilos viu a luz num texto em 2015 e o artigo “Etnia e Estado de Direito”, que aborda o problema dos ciganos e a sua recusa em se integrarem na sociedade, foi publicado em 2016. Acusam-me de coisas que agora são consideradas eleitoralistas, mas muito pouco do que disse durante esta campanha não defendi antes de ser candidato. Como olhariam os portugueses para mim se negasse o que escrevi nos últimos anos? Mas essas opiniões já me custaram: após as declarações sobre a etnia cigana, o CDS-PP retirou o apoio à minha candidatura e avançou com outro candidato à presidência da câmara de Loures, o advogado Pedro Pestana Bastos.
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