Ana Paula Bernardo produziu recentemente o relatório preliminar da Comissão de Inquérito Parlamentar à TAP.
Um documento que cheira muito mal, resultado de uma vincada flatulência ideológica/partidária, e que visa ilibar de responsabilidades o Governo socialista e alguns dos seus membros mais destacados na gestão daquela empresa.
No dito relatório, a deputada socialista, e ex-assessora do Presidente da República para assuntos sindicais de 2016 a 2022, rejeita que o “mau cheiro presente na sala” lhe caiba directamente e/ou aos seus correligionários de partido.
O que consta no referido relatório é que os desmandos da governação da TAP cabem por inteiro à ex-CEO francesa Christine Widener, mormente no que concerne ao caso Alexandra Reis e ao incumprimento de prazos na concretização do contrato de gestão da empresa.
A deputada socialista conclui que o Ministério das Finanças nada sabia do que se passava na empresa e que o Ministério das Infra-estruturas não dispunha de toda a informação.
A mensagem de “whatsapp” da “estrela” socialista Pedro Nuno Santos a validar a indemnização paga a Alexandra Reis é desvalorizada, bem como o “e-mail” do secretário de Estado Hugo Mendes sobre a hipotética tentativa de uma alteração de voo para satisfazer a agenda do Presidente da República.
Alexandra Reis solicitou a Pedro Nuno Santos para deixar a empresa, mas o Ministério das Infra-estruturas dispunha de pouca informação!
Por mero acaso, não muito tempo depois, o seu fiel braço direito e “compagnon de route” Hugo Mendes convida Alexandra Reis para ir para a NAV, mas tal nada tem a ver com a sua saída da TAP, tão somente apenas com o seu excelente currículo!
As cenas de “faca e alguidar” no gabinete do agora ministro das Infra-estruturas João Galamba, não são sequer afloradas no relatório, como se tal não tivesse qualquer relevância.
Ora isto cheira tudo mal, parecendo mesmo tratar-se de uma grave doença gastrointestinal que afecta as hostes socialistas no presente relatório, personificadas por Ana Paula Bernardo.
Para que os portugueses não se sintam tão incomodados com este cheiro terrivelmente sulfídrico, sugere-se uma consulta de Medicina Tradicional Chinesa, na sua vertente “Wen Pishi”, para identificar devidamente a maleita responsável por tão malcheiroso traque.
Preventivamente, a utilização da cueca anticheiro inventada por Michael David Levitt, altamente retentora de tão desastrosa ventania gastrointestinal.
Como se o mau cheiro não fosse já tão incomodativo, a privatização efectuada pelo Governo de Passos Coelho, em 2015, ainda é considerada no mencionado relatório como responsável pelo estado a que a companhia chegou.
E os 55 milhões pagos ao antigo accionista David Neeleman pelo Governo socialista para aquisição da sua quota de capital de 22,5%, cabe ao PSD.
O Governo socialista nacionalizou a TAP após a sua privatização por Passos Coelho, nomeou para a mesma um “Chaiman” da sua cor e simpatia, admitiu uma CEO internacionalmente reconhecida com provas dada noutras companhias áreas, havia reporte constante às tutelas, mas estas de nada ou pouco sabiam e surgem basicamente ilibadas de qualquer responsabilidade no descalabro financeiro da companhia que tanto dinheiro custou aos portugueses.
O traque de Ana Paula Bernardo é de tal ordem que pode mesmo ser inflamável e queimar ainda os mentores por detrás da sua obra encomendada.
Talvez o desmaio do Presidente da República, no passado dia 5 do corrente, na sua visita à Faculdade de Ciências e Tecnologia na Costa da Caparica, não se tenha devido ao Moscatel quente que invocou então, mas sim à influência do gás sulfídrico proveniente do enorme traque consubstanciado no relatório produzido por Ana Paula Bernardo, sua ex-assessora.
Diz-se que o emérito poeta português Manuel Maria Barbosa du Bocage, num salão de baile de Lisboa, em defesa de uma gentil senhora que deixou inadvertidamente escapar uma ventania anal bem incomodativa, tendo já sobre si os olhares dos circundantes, terá ido em seu auxílio, assumindo a responsabilidade pelo sucedido e dito em voz bem alta: “Minhas senhoras e meus senhores, o peido que esta senhora deu, não foi ela, não, fui eu!”.
Já no caso vertente de Ana Paula Bernardo (e dos seus mentores), poderia e deveria dizer-se: “O traque que esta senhora deu, foi ela mesmo, sim, e não eu!”. ■