Esquerda usa e abusa

Do dinheiro, do emprego e da segurança do contribuinte, desde o grande ao pequeno

0
650

O século XXI, que poderia se beneficiar dos erros do século anterior, vai repetindo, quando não acentuando, a exploração dos povos em “nome da causa”. A “causa”, na verdade, é a criação de uma casta de privilegiados nos países de influência socialista, seja por meio do empreguismo bem-remunerado e pouco produtivo, a casos de corrupção, organismos de Estado ineficientes e generosos com empregados. O custo social não importa. Afinal, a palavra de ordem não é ajudar os pobres, mas perseguir os ricos, como se eles não empregassem e pagassem mais impostos.

Com inexplicável acolhimento nas classes médias, a começar pelos filhos que vivem de mesadas, algumas perguntas não são feitas e, quando feitas, não são respondidas, a saber: 

1.

Os organismos de Estado a quem pertencem? Aos Estados ou aos empregados? Os empregados ganham mais ou menos do que a média do sector privado? São bem geridos? Quem paga prejuízo de um organismo de Estado?

2.

Governos de esquerda pelo mundo, onde convivem com um mínimo de capitalismo e liberdade, empregam mais do que sociedades capitalistas que adoptam a meritocracia e não o compadrio para nomeações?

3.

Países endividados, que fazem crescer a dívida pública, atraem investidores? Os juros altos têm alguma relação com a oferta de títulos de emissão pública?

4.

Uma empresa aérea estatal pode custar até 300 euros per capita, penalizando quem nunca entrou num avião? E nas empresas privadas, quem ficou com os prejuízos da pandemia?

5.

Após o 11 de Setembro, a esquerda americana, em princípio e depois com adesão de todo o Ocidente, retirou o livre arbítrio do cidadão no uso de seu dinheiro poupado? Não afecta os direitos humanos – e a cidadania – o contribuinte correcto para sacar dez mil euros da sua conta sem ter de dar explicações? Não seria melhor pedir-se uma vez por ano certidões de regularidade fiscal?

6.

Qual a justificação para que as cidades sejam omissas quanto à ocupação de suas ruas pela população dos sem domicílio fixo? Não seria dever abrigar, orientar e encaminhar estas pessoas?

7.

Qual a intenção das esquerdas geralmente estarem mais preocupadas com o tratamento dado pelas polícias aos bandidos que agridem a população ordeira e trabalhadora do que prestigiar políticas de segurança pública? A esquerda elege “minorias intocáveis”?

8.

A classe política, especialmente mais à esquerda, não moderniza os códigos que tornam a Justiça injusta por que motivo? É justo que poderosos arguidos fiquem livres, leves e soltos, no usufruto de bens ilicitamente adquiridos? Os magistrados não são postos em causa quanto a prazos por quê?

9.

O capitalismo acovardado financia publicações que abrigam uma maioria marxista com que justificação?

10.

Como explicar que países de bom nível cultural ainda votem em coligações que não levam ao progresso e à justiça social? O que fazer para acabar com a impunidade?

Perguntas que deveriam estar na ponta da língua dos que são infectados pelas teses do atraso. Perguntas que deveriam ser respondidas pelos que são infectados pelas teses do atraso. As universidades barram os grandes economistas e sociólogos que não rezam pela cartilha de Marx.

Nos países com muitos partidos com presença nas legislativas tornam-se cada vez mais difíceis reformas que afectem os privilégios desta nova classe. Minando as economias das democracias ocidentais é que a China se tornou esta potência, em menos de quatro décadas. E outros asiáticos relevantes hoje, como Coreia do Sul, Taiwan e o Japão, vão recuperando aos poucos. Mas a hora da verdade vai chegar, caso não se encontrem lideranças como as dos anos oitenta, com Reagen, Thaetcher e João Paulo II, que reverteram a decadência ocidental por algum tempo.