Governados pelos piores em vez dos melhores

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Como o autor destas linhas, há centenas, se não milhares, de portugueses directores seniores, vice-presidentes e mesmo CEOs das melhores empresas do mundo em muitas e variadas áreas, desde a indústria farmacêutica e biotecnológica à alta finança e banca. Todo este talento lusitano impressionante é desperdiçado em território nacional. Quase todos trabalhamos no estrangeiro. Poucos dos portugueses mais dedicados ao seu trabalho e com mérito numa área profissional internacional se resignam a ganhar os baixos salários nacionais. Ainda por cima, a maior parte desse salário é confiscado em impostos para saciar ministros sem mérito e antimérito, que os esbanjam em amigos dos negócios inviáveis, com o maior dos despudores e leviandade.

Tais camaradas sem profissão, mas ministros, gastam como se não houvesse amanhã. Assim, os portugueses profissionais, com uma carreira que não se baseia em favores entre camaradas, mas em conhecimentos técnicos, fogem da devastação económica socialista. A incompetência tem altos custos. 

Portugal estaria muito melhor se fosse governado por esta sua elite global estrangeirada, emigrada, com mundo e visão estratégica internacional, além de capacidade de execução para atingir resultados de topo mundial. Infelizmente, os portugueses parecem estar condenados a pôr sempre a cruz eleitoral em ministros “boys” socialistas, sem profissão nem capacidade gestão ou obtenção de resultados de topo, que desbaratam milhares de milhões de euros inexplicavelmente em companhias de aviação como a TAP, que tem péssimo serviço ao cliente e cancela voos sem fim no aeroporto da Portela, num ciclo vicioso de prejuízo e pobreza para os contribuintes. 

Os portugueses carregam a cruz de toda esta incompetência na governação nacional, vendo os seus piores a governar e os seus melhores a emigrar. Portugal vive uma hemorragia de cérebros, talentos, sonhos, esperanças e crianças. Tudo a sair para enriquecer o estrangeiro, por exemplo dando dinheiro a ganhar à “American Airlines” e a tantos outros países e companhias estrangeiras. Na cúpula de um Portugal cada vez mais velho e decrépito só ficam os ex-jovens socialistas de meia-idade a governar, com tudo a piorar desde os impostos à inflação e saúde. 

Escrevo-vos a voar, no fim-de-semana, de Londres para Miami, na Flórida, na classe executiva da “American Airlines”, num voo que dura quase 10 horas. Ao meu redor várias hospedeiras, simpáticas e prestáveis, entendem a necessidade do excelente serviço ao cliente para obter lucros e são muito diferentes da realidade na TAP. A nossa companhia de aviação não quer nem precisa de saber de bom serviço ao cliente e lucros, pois vive exclusivamente do dinheiro dos contribuintes portugueses, para lá desviado irresponsavelmente por um artolas vindo da juventude socialista, rodeado de secretários de Estado vindos do curso mais fácil do mundo – a sociologia –, chamado Pedro Nuno Santos. Com jotas e sociólogos por todo o lado, a nossa governação não podia estar pior entregue. Os seus resultados estão longe da perfeição e não trazem nenhum conforto económico aos portugueses. 

As hospedeiras da “American Airlines” desdobram-se em esforços para se assegurarem que tudo está perfeito e que estou confortável durante o meu longo voo transatlântico. Ao almoço trazem-me camarões com paprica e ao jantar bife da vazia grelhado. Para acompanhar, trazem-me, respectivamente, vinho branco do Vale do Loire, na França, e vinho tinto Cabernet do vale de Napa, na Califórnia. A sobremesa é uma mousse de chocolate francesa, acompanhada de café da Colômbia e vinho português, um cálice do porto LBV. Nos auriculares topo de gama em alta fidelidade, sem qualquer interferência do motor de avião, alterno entre excelentes clássicos “rock” feitos antes do meu nascimento, como os “Credence Clearwater Revival”, até aos mais recentes hinos “pop” de Matt Beringer, vocalista dos “The National”, que conheci enquanto vivi cinco anos no Ohio, a sua terra, a trabalhar como gestor na sede da maior empresa de produtos para consumo doméstico do mundo – incluindo medicamentos de venda livre, como o “Vicks Vaporub” – a “Procter & Gamble”, a seguir ao meu doutoramento na melhor universidade estatal americana, a de Michigan (já depois disso conclui também graus académicos em Harvard e Oxford).

Este voo custa milhares de euros e é possível porque sou altamente qualificado, e consigo pagá-lo do meu bolso porque uso o meu conhecimento a desenvolver novos medicamentos que melhoram a qualidade de vida de doentes pelo mundo inteiro. Quando aterrar, durante a semana de trabalho vai-me ser exigido muito esforço e produtividade. São-me exigidos resultados; ao longo da minha carreira profissional já desenvolvi e fiz aprovar dezenas de novos medicamentos variados que ajudaram milhões de doentes e contribuíram para o retorno do investimento dos accionistas das minhas companhias. Em Portugal, pelo contrário, com muitíssimo mais mordomias que os pequenos confortos que acabei de descrever acima, incluindo não só classe executiva na TAP, que nos custa milhares de milhões de euros em prejuízo, mas também motoristas e palácios, os nossos governantes vindos da juventude socialista e da sociologia parecem não estar obrigados a apresentar resultados nenhuns nem retorno do nosso investimento. 

Os nossos ministros são uma milícia de camaradas-amigos do mesmo molde, que ocupa todo o Governo e parasita todo o aparelho da nossa função pública. O que conta para promoção na nossa função pública não é qualquer bom serviço aos utentes contribuintes que tudo pagam. Para ascensão em entidades debaixo da alçada do Estado, desde a Saúde à regulação, o que conta é ser camarada, amigo ou familiar dos amigos dos actuais dirigentes do PS. O PS tornou-se uma agência de empregos para incompetentes terceiro-mundistas e nepotistas. Nunca fazem entrevistas de emprego, nem perguntam pelos resultados do candidato-camarada que querem nomear. Nomeiam e pronto. São muito básicos e sem experiência profissional, mas acham que em tudo podem mandar sem saberem nada. Olhamos para o nosso Governo e só vemos mediocridade e vistas curtas. Vieram na maioria da juventude socialista e vivem da política. 

Não tenhamos ilusões nem nos desculpemos pela nossa triste sina de sermos os mais pobres da Europa e com 20% da população activa emigrada, só nos últimos 15 anos. Cerca de dois milhões de portugueses votam PS em todas as eleições. Escolhem ser governados não por gestores, mas por gente vinda da juventude socialista. Tais eleitores socialistas são na maioria idosos e pouco instruídos. Portanto, é normal que, sendo pouco letrados, escolham ministros igualmente iletrados e pouco educados. Para eles a juventude socialista e certas faculdades nacionais de sociologia, que mais parecem uma sede suburbana do PS, são o supra-sumo e a formação adequada daqueles a quem entregam os destinos da nação. 

Muitos portugueses parecem não querer ser governados por gente adulta, inteligente e qualificada. São sádicos. Há quase 30 anos que estão viciados na mediocridade juvenil do PS, activa ou passivamente. Não querem deixar de votar PS, nem deixar de serem pobres. Estão viciados em socialismo e pobreza. Em Portugal, demasiados de nós não nos mexemos e ficamos sempre quietos a deixar o PS governar e estagnar. Deixamo-nos atolar num pântano sujo que não está à altura das águas cristalinas da Europa próspera e rica mais a norte. O próprio país ao lado, a Espanha, tem muito melhor economia e preços de energia bastantes mais baratos. 

Em conclusão, Portugal, governado pela ralé intelectual e moral vinda da JS e do PS, é como um fogo pegado na economia, que não pára de fazer arder os rendimentos dos portugueses e toda a nossa economia em geral. A única maneira de apagar semelhante incêndios de todas as nossas muitas potencialidades seria os portugueses entregarem os seus destinos políticos a nova gente competente. ■