Aceitámos de novo o repto para encabeçarmos a Lista do “Nós, Cidadãos!” pelo Círculo “Fora da Europa” nas próximas Eleições Legislativas de 30 de Janeiro de 2022. Aceitámos esse repto porque, sem falsas modéstias (costumamos dizer que a modéstia é uma virtude suspeita até prova em contrário), temos um pensamento consolidado sobre o lugar de Portugal na Europa e no Mundo, o que nos permitirá fazer uma campanha assente em ideias fortes e novas, o que, como sabemos, é cada vez mais raro num tempo em que as eleições se tornaram quase por inteiro num mero espectáculo, sem qualquer espessura reflexiva. Sendo que, quanto a isso, os nossos “media” têm tido a sua dose de responsabilidade: por um lado, denunciam (bem) a ausência, em geral, de ideias fortes e novas no debate político; por outro, quando elas surgem, muitas vezes as ignoram de forma ostensiva.
O lema da campanha será “A voz da Cidadania e da Lusofonia no Parlamento” e nele se antecipam os dois valores maiores que irão nortear esta candidatura: o da Cidadania e o da Lusofonia. Também aí, sem falsas modéstias, temos currículo: como membro fundador do “Nós, Cidadãos!” e membro activo de outras associações cívicas – nomeadamente, da PASC: Plataforma de Associações da Sociedade Civil/ Casa da Cidadania. No que se refere à Lusofonia, ocupamos o cargo de Presidente do MIL: Movimento Internacional Lusófono desde a sua formalização jurídica (2010), decerto a instituição de referência na defesa da Lusofonia ao nível da sociedade civil, o de Director da NOVA ÁGUIA, uma revista que, semestre após semestre, desde 2008, valoriza, sem complexos, a cultura lusófona, e integramos igualmente outras entidades que, de diversas formas, têm em vista esse Horizonte.
Assumindo, sem qualquer complexo, a nossa dimensão lusófona, não iremos, por isso, renegar a nossa condição europeia. Somos, na Europa, o país com as mais antigas fronteiras. Não precisamos por isso de provar a quem quer que seja, de forma provinciana, que somos “bons alunos” europeus, como tem acontecido. Somos europeus sem nenhum complexo de inferioridade. Em muitos casos, não temos, porém, compatibilizado a nossa condição europeia com a nossa dimensão lusófona – o que tem sido um grande erro estratégico, o maior erro estratégico das últimas décadas. Temos, desde logo, de apoiar a diáspora portuguesa na Europa e no Mundo, que tão ignorada tem sido pela nossa classe política, sendo que Portugal será tanto mais forte na Europa e no Mundo quanto mais fortalecer os seus laços com os povos que partilham a nossa Língua, História e Cultura. Eis, em suma, a visão ampla e aberta sobre o lugar de Portugal na Europa e no Mundo que iremos defender no Parlamento Nacional. ■