Rasto de sangue no comunismo brasileiro (1)

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Desde o fim do chamado regime militar no Brasil – 1964-1985 –, os “media” e as esquerdas repetem as mais criativas versões do que denominam de “anos de chumbo” ou “luta armada” em que sequestradores, assassinos frios e covardes de inocentes, incluindo companheiros que desistiam da aventura, são apresentados como “democratas” que lutavam contra a “ditadura”, “vítimas de tortura”, desaparecidos quando não mortos. Na verdade, nos embates, morreram cerca de 500 brasileiros, dois terços entre os guerrilheiros da esquerda radical e um terço de militares, policiais ou simples guardas privados ou caixas de bancos, nas dezenas de assaltos que promoviam “para financiar a revolução”.

Na verdade, a política de matar sempre foi dos comunistas. Com a adesão do Capitão Luiz Carlos Prestes, militar muito respeitado nos movimentos “tenentistas” dos anos 1920, ao comunismo, em 1931, a União Soviética passou a intervir na política brasileira. Prestes foi morar para Moscovo, onde aprendeu sobre marxismo, leninismo, técnicas de subversão. Foi designada, para instruir e acompanhar o dirigente brasileiro, a alemã Olga Benário – entre outros nomes –, que, com ele, veio para o Brasil preparar a insurreição. Esta deu-se em Novembro de 1935, marcada pelo derramamento de sangue.

Natal, no Rio Grande do Norte, chegou a ficar quatro dias nas mãos dos revoltosos, que saquearam o comércio e as casas das famílias mais abastadas, mas foi no Recife que cerca de 500 mortos marcaram o movimento.

No Rio de Janeiro, a chamada Intentona foi nas instalações militares na Urca e na Vila Militar, complexo de quartéis do Exército e da aviação militar. Como havia prontidão tendo em vista os acontecimentos no Nordeste, muitos oficiais dormiam naquelas instalações militares e foram mortos, à facada, quando dormiam. O governo dominou no mesmo dia a insurreição, numa acção comandada pelo próprio ministro do Exército e futuro presidente da República, Eurico Gaspar Dutra.

A prática de eliminar companheiros que abandonavam a militância foi anterior a 35. O primeiro foi um jovem estudante de belas artes, Tobias Warchavski; depois a jovem enfermeira Elsa Fernandes, esta por suspeita de imprudência ao visitar o companheiro na clandestinidade, o que poderia ter levado a polícia ao esconderijo. Anos mais tarde, o próprio Prestes admitiu que foi um equívoco matar a jovem.

Muitos destes militantes actuaram nos movimentos contra os militares, e foram contemplados com indemnizações. Prestes foi promovido a general depois de morto. Já as vítimas dos comunistas em 35 tiveram apenas o previsto em lei para suas famílias.

A frieza em matar, como no caso de Che Guevara com o “paredon” em Cuba, obedeceu a orientação do comunismo de Stalin, cujo exemplo maior foi o fuzilamento de dezenas de empresários e burgueses espanhóis, a mando do jovem Santiago Carrillo, conhecido como “paracuellos”.

Fora dos livros, dos arquivos, o período de Vargas ficou registado pelas esquerdas por acusações a Filinto Müller, um tenente dos movimentos dos anos 1920, que foi Chefe de Polícia no Estado Novo (1937-45) e depois senador por mais de 25 anos, gozando de grande prestígio na política brasileira, desde JK, de quem foi líder no Parlamento, aos militares do período autoritário, e não ditadura, pois teve Congresso aberto, direito de ir e vir assegurado, censura parcial, mas com total liberdade de circulação de publicações e emissões radiofónicas do exterior. ■