Ainda não passaram dois meses desde que a guineense Joacine Katar Moreira foi eleita para o Parlamento português e já o caldo está entornado entre ela e o partido em cujas listas concorreu, o Livre. Por culpa da deputada ou do ambicioso intelectual que inventou a sua candidatura, Joacine e Rui Tavares já disseram um do outro, através da comunicação social, aquilo que nem Maomé disse do toucinho. Se é assim na vitória, é melhor nem imaginarmos como seria na derrota.
O último capítulo das “peixeiradas” em que a novel deputada se tem envolvido (“último” até à hora de fecho da edição, pois entretanto tudo pode acontecer) teve por motivo aparente o assédio de que Joacine se diz vítima por parte dos jornalistas que cobrem a actividade parlamentar. Depois de passar semanas em incontinência verbal, dando opiniões sobre tudo e todos, Katar Moreira pretendia que os repórteres, pura e simplesmente, desaparecessem a um estalar de dedos, apenas porque deixou de lhe apetecer prestar declarações. Como não fosse obedecida, a parlamentar e o seu estrambólico assessor, Rafael Esteves Martins, não estiveram com meias medidas: requisitaram um GNR à paisana para os escoltar através dos Passos Perdidos da Assembleia, afastando os jornalistas à força de braço e de má cara. “Larguem o osso”, ia rosnando o assessor, abrindo caminho.
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