MARIA COSTA

Depois de um ciclo de juros baratos que levaram os portugueses a aumentar o consumo, o que se notou no crescimento exponencial da compra de carros e na troca de casas, a previsível inversão para uma tendência de subidas de taxas de juro está a preocupar António Costa e Mário Centeno.

A mensagem do Governo é clara: “temos de ser menos dependentes do crédito”. Mas a realidade mostra que, mal sentem desapertar um pouco o cinto, os portugueses optam pelo consumo, recorrendo ao crédito e sem acautelarem tempos mais difíceis, ou seja, sem pouparem.

O Ministério das Finanças está muito preocupado com os reflexos de uma subida de juros nas famílias e nas finanças públicas, apurou O DIABO, tanto mais que o aumento da inflação na Zona Euro, nomeadamente em Portugal, terá de se traduzir nesse novo quadro. E mesmo que algumas classes, como os funcionários públicos, tenham visto aumentar os seus vencimentos, uma subida dos juros pode fazer disparar os casos de incumprimento tão banais durante os anos da troika. Com uma subida de juros podemos ter novamente um aumento dos despejos e das penhoras por incumprimento das famílias, o é um cenário que coloca o Governo sob pressão, pelas implicações económicas e sociais que acarreta.

Participando na abertura da conferência anual da Ordem dos Economistas, o titular das Finanças avisou que o “ciclo de taxas de juros mais elevadas” se avizinha.

  • Leia este artigo na íntegra na edição impressa desta semana.