TELMO MOREIRA

Rui Rio inicia o seu mandato com uma estratégia que o deixa apertado entre um PS que canta de galo e um CDS que aproveitará todas as suas falhas para ocupar o espaço do centro-direita. Mas, para já, o novo líder do PSD enfrenta uma primeira prova de fogo na revisão da lei do financiamento dos partidos.

No quartel-general da campanha de Pedro Santana Lopes, sábado à noite, alguém desabafava: “Esta eleição para líder do PSD teve dois vencedores: o PS e o CDS”. Desconte-se o excesso atribuível à desilusão pelo resultado. Ainda assim, o que resta é um sério aviso ao vencedor oficial, Rui Rio: ou tem cuidado, ou arrisca-se a ficar ensanduichado entre a esquerda e a direita – usado e descartado pelo PS, atropelado pelo CDS. Vejamos porquê.

A eleição do novo presidente do PSD terminou sem grande surpresa: Santana Lopes, tendo dado uma bonita prova de disponibilidade generosa, acabou por ser vitimado por um currículo tão rico quanto acidentado e por um “excesso de convicções”. Ganhou (por escassa margem e num quadro de abstenção alta) Rui Rio, o político calculista do Norte que foi educado na escola alemã e promete agora enxotar a extrema-esquerda da órbita do poder. O seu sucesso (ou insucesso) dependerá do método que escolher para lá chegar.

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